Estágios da aprendizagem
discente na escola inclusiva
Eugênio Cunha
O trabalho na escola inclusiva
tem-nos mostrado quatro estágios da aprendizagem, vivenciados por estudantes
com necessidades educacionais especiais. São eles: diretivo, autônomo, criativo
e colaborativo.
O estágio diretivo é um estágio
primário, que depende invariavelmente da presença do professor. O educando
aprende a aprender. É um período de experimentação, de contato com novos
saberes, resultando em uma leitura pessoal. A princípio, a preocupação do
professor será propiciar o momento da descoberta, da investigação, sem a
iminente expectativa de respostas corretas ou acertos.
No estágio autônomo, o aluno
adquire a capacidade de aprender novas habilidades por iniciativa própria. Constrói
suas escolhas. O desejo de aprender já o absorve em busca de novas descobertas.
O educando passa a agir sem a tutoria permanente do professor. Ele sabe o que
fazer.
No terceiro estágio, o criativo, a
aprendizagem é uma experiência consciente, manipulada e transformadora. Não se
restringe simplesmente a influências sobre os conceitos existentes, mas abarca
modificações operadas pelo aprendiz que vão traduzir-se em uma nova forma de
executar tarefas ou manusear materiais. Há no aluno um potencial criativo que
necessita ser explorado em sala, pois limitações genéticas podem ser superadas
pelos estímulos do ambiente escolar. Ser criativo não significa criar sempre o
inédito, mas tornar interessante o comum.
Por fim, o estágio colaborativo é
também o mundo das tecnologias. É nele que crianças e adolescentes descobrem e
compartilham novos caminhos epistemológicos. Alunos da educação especial
aprendem a escrever a se comunicar e transformam o mundo virtual num mundo
colaborativo. Muitos deles são mais habilidosos do que os seus mestres da
escola. É a tendência natural da contemporaneidade. Decerto, a educação escolar
pressupõe um ensino colaborativo de aprendizagem e autonomia discente.
Eugênio Cunha
Doutorando e mestre em educação, psicopedagogo e
professor da educação básica e do ensino superior. Autor dos livros
"Afetividade na prática pedagógica", "Afeto e aprendizagem"
"Autismo e inclusão", e "Práticas pedagógicas para inclusão e
diversidade", publicados pela WAK Editora.
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